segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Comumente Assim

(Maiakóvski)

Cada um ao nascer 
traz sua dose de amor,
 
mas os empregos,
 
o dinheiro,
 
tudo isso,
 
nos resseca o solo do coração.
 
Sobre o coração levamos o corpo,
 
sobre o corpo a camisa,
 
mas isto é pouco.
 
alguém
 
imbecilmente
 
inventou os punhos
 
e sobre os peitos
 
fez correr o amido de engomar.
 
Quando velhos se arrependem.
 
A mulher se pinta.
 
O homem faz ginástica
 
pelo sistema Muller.
 
Mas é tarde.
 
A pele enche-se de rugas.
 
O amor floresce,
 
floresce,
 
e depois desfolha.

Aprendizado!


Aquele que deixa de aprender, deixa de viver...
Aquele que deixa de arriscar, deixa de sonhar...
Mas aqueles que acreditam... Esses sim alcançarão!


domingo, 24 de novembro de 2013

Seres Humanos



Somos assim, um dia muito, outro pouco. Temos desejos, anseios, vontades, mas nos falta coragem de sermos quem somos. Somos amor, somos paixão, alegria, perseverança, solidariedade, somos deus. Somos ódio, somos o ócio, tristeza, dor e soberba, somos homem. Enfim, quem somos? Onde queremos chegar? Afinal. Nossa natureza humana é autenticamente ruim, ou ainda não somos capazes de perceber quando o nosso humano e o divino confabulam entre si? Talvez a patológica “justificação” necessite culpar alguém, e a quem culpar? Ora! Inocente não!? Dizem que a corda arrebenta no lado mais fraco. Contudo, o que é fraqueza? Ela existe? Se existe é humana ou divina? Talvez a melhor forma de aliviar o pesado fardo é sempre culpar outrem, alguém que é pego como bote expiatório, oh coitado homem; culpado e inocente que no esquivo do conflito entre o bem e o mal não se encontra e não é capaz de perceber que somos assim, um dia muito, outro pouco, uma vez deus, outrora homem, mas, sobretudo somos o que somos, amor e ódio, paixão e ócio, tristeza e alegria, almejando uma coragem que seja capaz de nos ajudar a viver. Somos santos e pecadores, somos SERES HUMANOS.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

17 coisas que geralmente ninguém te fala!



1. Seu salário não determina o quão bom você é como pessoa


2. As coisas que são difíceis de serem ditas, geralmente são as mais importantes

3. Você ainda é fraco se só é bom em uma única coisa

4. Encontre alguém com quem você possa rir de praticamente tudo e o resto ficará bem

5. Ninguém vai conceder seus desejos, é melhor que você os faça acontecer

6. Separe um tempo para ser preguiçoso, faz bem pra você

7. Devagar é o novo rápido…e incrível também

8. Fato: grandes empresas vão sugar seu sangue e sua alma…tente evitá-las

9. Pensar muito sobre um problema não vai, necessariamente, torná-lo mais fácil de resolver

10. “Olá” é a palavra mais poderosa contra a solidão

11. Você não pode se livrar dos seus medos…mas pode aprender a viver com eles

12. Culpa é um sentimento inútil

13. Pessoas que sempre dizem a verdade sempre sem se importar o quão doloroso é, são idiotas. Ponto final.

14. Se desafie um pouco todos os dias

15. Diversão é um conceito relativo

16. Não tem problema mudar sua cabeça sobre pessoas e coisas na sua vida…apenas tente fazer sentido

17. Sempre seja você mesmo, a menos que você seja um canalha arrogante











O que fazem os professores...


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Denis Dutra Marques’ Biography

Meu irmão David escreveu esse pequeno resumo da minha vida...

Denis Dutra Marques (1984) is a salesian consecrated religious in the process of formation to be a Priest. He is a singer, composer, poet and above all, lover of life.
Denis was born in Itapemirim on December 5th 1984, and he is the first-born son of Deuzevite Marvila Marques and Soraia Dutra Marques. Denis has always been a sensitive kid in Marataízes, where lived the most part of his life, with his parentes, Brother David, sister Daiany and friends. The school where Denis made ​​his first studies was near his house and called “Escola de primeiro grau Lagoa Dantas”, in this period he highlighting the good education of family, commitment to studies and fellowship. After elementary school, Denis began to do something that was very difficult for him at first, but it prepared him for his future life, studying in a school somewhat distant from his home in order to complete their regular studies. He completed his high school on 2001 at Washington Pinheiro Meirelles. After finish high school, he taking a break in formal studies, and divided his time exercising the office of farmer taught by his father, taught some English classes at your neighborhood school and participating in the various activities of the church that always was very interested.
After a disappointment with the diocese of which he was incardinated, that was not accepted as a seminarian on the grounds that he was not competent to do so. He decided to follow his mother advice and began on 2005 the graduation of Modern Languages/ English at São Camilo University. The period of the University was essential for his human formation and academic degree. It was also important to help him awaken to their dreams that was asleep, make the World a better place.
Denis was an excellent English teacher loved for students and their parents. He was working in mainstream schools and language schools. He was a micro businessman in the area of library, and he still had time to be a missionary in his church and others with the younger people.
Denis in 2009 had to take a very hard decision answering the call of God to be light and hope for the youth of the world, mainly the poor young. It was time to many tears, to leave family, friends and comfortable life, it was time to build another life, to spend the life for the other unknown people. He had lived in Barbacena, Recife, Belo Horizonte, Brasília working with poor young people. He had graduated in Philosophy at Catholic University of Brasilia-UCB.
When he lived in Belo Horizonte Denis worked as a social educator at “Casa Dom Bosco” that is a shelter for lawbreaker young, social vulnerability young, or young with trajectory of street, aiming to reinsert them in society.
Now Denis lives in Barbacena-MG as a coordinator of a social work, which serves about 650 youngers during week and weekend with religious education, humane education, leisure and professional technical education. He is also a lecture in available time, when is called, to motivate and teach young people.  In other words, Denis is a friendship guy for them. And he captive them with his smile, happiness, songs, poems, look and presence.

By David Dutra Marques


terça-feira, 27 de agosto de 2013

Nos Passos da JMJ: Crônicas de um quase peregrino #02


            Algumas semanas antes de chegar ao Rio de Janeiro fui informado da minha principal função com o grupo de italianos, dirigir pelos quatro cantos do Rio e ser uma espécie de “guia turístico” levando-os onde fosse necessário. Na mesma hora passou um filme na minha cabeça, e logo o lancei para o promotor da proposta... “Nunca andei pelo Rio, muito menos dirigi por lá; e quanto ao italiano eu até entendo, mas não sei falar direito!” A resposta veio logo em seguida sem titubeação, “Isso não é problema! Eles só precisam de um salesiano para acompanha-los, e o resto será providenciado.” E realmente foi... Providenciei imediatamente de aprender a mexer com o GPS do meu Smatphone. Ufa! Que salvação.
            Vários episódios engraçados ocorreram durante a minha função de chofer internacional. Uma que, na minha opinião, foi a mais irônica aconteceu numa noite que saíamos de Niterói rumo a Barra da Tijuca, havia chuva e pouca visibilidade, o GPS era meu amigo e conselheiro, dado que era o único que se fazia entender no meio de tanta confusão e falatório. Em um certo momento um dos italianos começou a gritar “sinistra, sinistra, sinistra”! Eu sabia lá o que isso significava!? E segui tranquilamente até o meu GPS informar “Recalculando rota!” Percebi que havia algo de errado! Daí, tomei consciência de que os italianos estavam tentando se comunicar com as mãos que era para eu ter seguido a pista da esquerda. Pensei comigo: “Fudeu! Estou perdido no Rio de Janeiro com um bando de gringos!” Segui em busca de uma forma de retornar para tentar concertar o erro, mas não havia nada do tipo. Seguindo o trajeto não oficial fui chegar à Lagoa Rodrigo de Freitas na Zona Sul do Rio de Janeiro, para minha surpresa os italianos já conheciam aquela região e começaram a me orientar com os braços dizendo qual rua e avenida eu deveria seguir. Tudo isso foi meio confuso, mas eu aprendi que “sinistra” é esquerda, “diritto” é direita e “diretto” é seguir em frente. Foi divertido, porém irônico um brasileiro ser guiado por estrangeiros em sua própria pátria.
            Diz um ditado popular que Deus protege os loucos, bêbados e crianças, pois bem, nos enquadramos nesse ditado. Era uma noite de muita chuva e frio, e mais uma vez estávamos saindo de Niterói rumo a Tijuca, e este episódio aconteceu sobre a ponte Rio-Niterói (Fiquei craque nessa ponte, pois passava por ela cerca de seis vezes por dia). O transito estava muito lento devido a chuva, e em alguns trechos chegávamos a parar o carro, num desses momentos os burburinhos em italiano começaram a aumentar e quando eu dei por mim as portas traseiras se abriram e dois italianos, o Ricardo, cinegrafista, e o Antônio, jornalista, saíram do veículo e começaram a gritar “siamo italiani”, eles gritavam e pulavam pela ponte, rodavam o carro e gritavam. O Ricardo portava uma filmadora de £95,000,00 (noventa e cinco mil euros). Confesso que nessa hora eu fiquei com medo e gritava para eles entrarem no carro, até que assim fizeram quando o transito começou a fluir. Eles se divertiram demais com isso, e ainda gritavam pela janela “Napoli” comparando o Rio de Janeiro com a cidade de Napoli na Itália. Depois de passado o episódio fui informado que a nossa sorte foi que nenhum policial viu a situação, pois se tivesse presenciado teríamos todos passado a noite na cadeia por tentativa de homicídio de suicídio. Imagina só o risco de corremos.

            Depois de tanto susto e após um dia fatigante e cansativo só nos restava “comer, banhar e dormir”. Usei a expressão: “Estou com uma fome de leão” e eles me ensinaram “há uma fame da lupi” e assim encerramos a noite satirizando o hábito alimentar de cada cultura. Eles por comerem batata com maionese e nós por comermos pizza com maionese. Enfim, tudo se encerrou em paz. 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Nos passos da JMJ, crônicas de um quase peregrino #01


            A Jornada Mundial da Juventude Rio 2013 começou para mim ainda no mês de setembro do ano passado quando começamos a nos organizar para irmos ao Rio de Janeiro. O nosso grupo era composto por 54 membros, dos quais haviam salesianos e jovens das obras salesianas de Belo Horizonte. A cada encontro que realizávamos em preparação para a jornada nos tornávamos uma família de amor e fraternidade, isso aumentava ainda mais a expectativa para a JMJ. Há alguns meses da Jornada eu fui convidado a integrar a equipe de Comunicação Social da Família Salesiana e acompanhar no Rio de Janeiro a equipe da Missioni Don Bosco da Itália que iria fazer um documentário sobre os jovens que participavam da JMJ, encerrava aí toda a preparação enquanto peregrino e surgia uma corrida contra o tempo para preparar-me para o trabalho confiado.
            Com essa mudança surgiram algumas frustrações. Primeiro a de ter que deixar de ser peregrino e a “família” constituída nos encontros e acampamentos realizados em Belo Horizonte. Depois em ter que dirigir pelas ruas de uma cidade como o Rio de Janeiro sem ao menos conhece-la, e além de transportar uma equipe de jornalistas estrangeiros. Confesso que fiquei com medo e pensei em desistir, foi dureza!
            Contudo, apesar de tantos transtornos, tive uma grande oportunidade de acalmar meu coração, aliviar a minha a alma e fazer uma excelente preparação para a JMJ. Isso se deu na Semana Missionária em Barbacena, onde sem sombra de dúvidas pude fazer uma rica e profunda experiência do Amor de Deus e viver a melhor preparação para o grande evento que reuniria jovens do mundo inteiro.
            Viajei no dia 21 de julho para o Rio e desde o Aeroporto de Confins pude respirar o clima da jornada encontrando-me com vários peregrinos que tinham o mesmo destino que o meu. O voo que eu estava parecia ter sido fretado exclusivamente para a JMJ, foi muito bacana. Nesta hora eu percebi, pela primeira vez, como os olhares do mundo inteiro estavam voltados para o Rio. Ao desembarcar no Aeroporto Santos Dumont fui acolhido por uma voluntária muito simpática natural da Argentina. Outro ponto que me chamou muito a atenção os voluntários estrangeiros eram tão acolhedores que a impressão que tive era de que eles viviam há anos no Rio e de que estavam nos acolhendo em suas próprias casas. Pude viver na pele a letra do Hino oficial da JMJ 2013, “...nossa terra não tem cercas, nem limites o nosso amor...” Realmente, naquela semana no Rio de Janeiro ouvia-se apenas uma linguagem, a do Amor, e a cidade sede da jornada tornava-se o coração do mundo.
            Não demorou muito para que uma frente fria nos pegasse de surpresa e nos fizesse sentir na carne a dor de espinhos. Não consigo me recordar de uma noite mal dormida devido ao frio que o meu corpo era castigado como aconteceu na jornada, a chuva tornava o frio ainda mais violento, contudo, a fraternidade que se vivia nas ruas transformava dificuldades como essas em propósitos  de alegria e serviço. As pessoas se ajudavam mutuamente e não permitiam que algum necessitado seguisse adiante sem ao menos experimentar da amigável caridade.
            Devido ao meu trabalho com a equipe da Missioni Don Bosco pude participar da catequese em diversos idiomas diferentes e encontrar-me com as culturas mais diversas do globo terrestre; Isso me ajudou a experimentar a unidade da Igreja no mundo inteiro, e a perceber que é na diversidade que nos tornamos um. Cada sorriso, cada olhar, cada rosto expressava um gesto de gratidão a Deus por viver tão grande alegria.
            O encontro com o Papa Francisco faz o coração arder e nos faz correr ao encontro de outras pessoas afim de anunciar que Cristo Vive e Reina. Ele nos envia em missão “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”, e sob esta ordem nós retornamos aos nossos lares não mais como simples seguidores, mas como Discípulos Missionários de Jesus, animados a anunciar as “Maravilhas que Ele tem realizado entre nós”. No final da JMJ pude perceber que apesar de se tratar de um evento de massa, e no caso do Rio com um público de mais de 3,5 milhões de pessoas, a experiência da jornada não é coletiva, mas particular, individual. Cada um, mesmo que tenha andado junto de alguém o tempo todo, faz a sua experiência de fé que é única. Assim como o encontro pessoal com Deus divide a história do indivíduo em duas, antes e depois, a Jornada Mundial da Juventude torna-se na evangelização da Igreja um novo campo de missão, tornando os jovens protagonistas de suas histórias e construtores de uma nova civilização, a Civilização do Amor.

            

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Houve um tempo...


Houve um tempo, do qual eu pouco ou nada sabia, em que eu via a gente bonita/ com as faces coloridas/ sendo das ruas banidas/ por algum motivo, não sei.
Houve um tempo... em que as máscaras na rua e que carnaval já não era mais a lua, gritavam a culpa foi sua, e o mal eu não descobria.
Houve um tempo... em que a paz não era a luta, mas sinônimo de labuta, em que poucos se anuviam e a tempestade fez crescer.
Houve um tempo... em que o tempo que houvera, tornara-se primavera de um conto, uma história de uma saudade em meu peito.
Houve um tempo... em que estudante baderneiro era amigo do carcereiro, do coveiro um herdeiro, por pensar tão diferente.
Houve um tempo... em que ditador e guerrilheiro dividiam o travesseiro, sem cortesia de um vespeiro a lutar por algo bom.
Houve um tempo... em que a marcha e o protesto era a bagunça de um tempo que passou.
Houve um tempo... em que a memória tão remota, assim como o globo e as estações, retornou ao seu ponto de partida.
Houve um tempo... um eterno e o agora, que torna cíclica a história, numa mistura inseparável sem um começo ou um fim.
Houve um tempo em que a colônia e a coroa, a ditadura e a democracia nas repressões se assemelhariam, e ao povo só faria sofrer.
Houve um tempo em que  o tempo era a vontade de um povo em liberdade fazer o tempo voltar.
Houve um tempo em que ao tempo não há tempo, mas um momento, um segundo ou uma ação.
Houve um tempo em que os que do tempo se favoreceram, mas se tornaram prisioneiros, temeram os de pouco tempo que se tornaram atemporais.
Houve um tempo em que o Brasil virou brasil e destemido ele cumpriu o seu tempo na história.
Houve um tempo em que o tempo não existiu, mas a vontade de ser eu impulsionou-me a uma nova história.
Houve um tempo em que a geração alfa mudou o seu status de “deitado eternamente em berço esplendido” para “verás que um filho teu não foge à luta”
Houve um tempo em que o tempo então faliu e a vontade de ser Brasil me motivou a ser cidadão.
Eu sou o que sou, sou o tempo, sou o Brasil, sou a história, sou cidadão!



domingo, 16 de junho de 2013

Recomeço


Quando o sol entrou hoje pela minha janela o meu coração sorriu. Ah! Como é bom senti-lo novamente em minha pele, os olhos ficam mais nítidos e o dia mais bonito. Receber a visita do sol após um tempo nebuloso ou de tempestade é sinal de que tudo nessa vida tem recomeço.
A nossa vida só se completa quando recomeçamos. A aurora é um recomeço assim como o ocaso, da mesma forma que a vida e a morte. A morte é um recomeço não só para o defunto, mas para aqueles que de alguma forma receberam o seu toque. Um livro, uma música, um filme também são recomeços. O amor é recomeço, aliás, só o amor nos permite recomeçar.
O desejo de viver bem a cada dia, passa necessariamente pela capacidade que temos de amar, portanto, se amamos pouco, pouco vivemos, e se muito amamos, muito viveremos.

É preciso amar e recomeçar, recomeçar e amar. E que assim a vida nos viva para que a cada porta aberta e fechada, cada passo na estrada ou talvez cada piscada de uma olhada nos revele a luz que emana de um recomeço, da nova vida que surge do começar de novo ou de cada começo de recomeço que inauguramos nos amores, nos sabores e dissabores. É preciso recomeçar a amar!

terça-feira, 14 de maio de 2013

Olhares, Reflexões e Reflexos


É isso aí! Quer comentar?

Voo


Em um dos meus passeios pelo Parque das Mangabeiras consegui registrar este momento em que um jovem alcançava a máxima liberdade de seu esforço, voar!

Noite de Inverno


Numa dessas noites de inverno ao chegar em casa tive a ousadia de olhar pela janela. A escuridão iluminava a paisagem, as árvores imóveis pareciam camufladas em suas copas sob uma lua crescente que dominava a noite. Contudo, algo além da lua, das árvores e da noite chamou a minha atenção, e foi o frio! Era possível enxergar o frio, ele era visível, tinha forma, cor e parecia ter até sabor. O frio tornara o meu cárcere, o meu corpo era trancado enquanto o meu interior preso também estava, mas não ao frio, não a noite, a escuridão, ele estava a quilômetros dali, preso a beira do rio sob a luz da lua e o perfume suave dos canteiros aflorados em que a bela dos lábios quentes, alegria da minha alma e advogada da minha causa libertadora, repousava delicadamente. Confesso-te apenas uma coisa, oh fugaz advogada, sonharei com o seu beijo, mesmo que acordado. Quem sabe esses versos noturnos amanhã não me tragam a liberdade da alma.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Brasília's Sunset


Dizem que o céu do Planalto brasileiro é mais bonito do que o de todas as outras regiões. Realmente, no Planalto Central existe uma probabilidade maior de presenciar fenômenos naturais, devido a sua geografia, e que em outros lugares não é possível. Contudo, estar no lugar certo, na hora certa e com uma visão além do que os olhos podem ver, ajuda a vivermos experiências como essa vivida no último dia 31/03 na Ermida Dom Bosco as margens do Lago Paranoá em Brasília.

A inauguração da Modernidade e a sua consolidação



            Vivemos em um tempo em que falar que algo é moderno desperta um relevante interesse nas pessoas. Os seres humanos querem acompanhar a evolução dos tempos, e a palavra “moderno” representa bem algo em que a humanidade está disposta a gastar boa parte do seu precioso tempo. Contudo, podemos perguntar: o que é o “moderno”?
            Se consultarmos o Aurélio perceberemos que esta palavra com a mesma grafia possui duas classificações morfológicas diferentes. Temos o adjetivo “moderno”, aquele em que nós atribuímos aos acontecimentos da atualidade, ou que estejam mais próximos à nós, e temos também o substantivo “moderno” que retrata algo em que a sua abstração parece ser um “ser concreto” devido a sua força e relevância, algo que transcende ao tempo, ou seja, consiste em um estado em que permite a transição e a produção de discussões racionais. Vamos tentar filosofar um pouco sobre esta segunda definição de “moderno”, e que é o objeto do nosso estudo.
            A modernidade pode ser entendida como a visão de mundo relacionada ao projeto empreendido a partir da transição teórica que Descartes nos apresenta, trata-se da ruptura com a tradição herdada do pensamento medieval dominado pela Escolástica e o estabelecimento da autonomia da razão. O projeto da modernidade ganha espaço com a Revolução Industrial e está normalmente relacionado com o desenvolvimento do Capitalismo. No entanto, tentativas frustradas de definir a modernidade e suas consequências existiram por acreditarmos entender e dominar o que tal termo significa. Contudo, o termo é de profunda complexidade e, para que seja melhor compreendido, é necessário que nós sejamos despretensiosos ao analisa-lo, se almejarmos aprofundar a sua identidade e real significação.
            Para isso,  no Livro: O Projeto da Modernidade: autonomia, secularização e novas perspectivas, do professor Pe. José Carlos Aguiar, SVD,  fomos conduzidos a um enraizamento nas estruturas do termo “modernidade”, bem como a sua identidade e legitimidade, a fim de fazê-lo conhecido e com o seu devido reconhecimento. Nesse contexto, entendemos que a discussão dialética sobre a modernidade tem o seu ápice, tanto na obra quanto nas aulas, quando somos introduzidos na complexa discussão travada entre Blumenberg e Löwith. O tema da secularização não é apresentado apenas como uma forma descritiva para mostrar a falta de um elemento sagrado que deixou de existir no pensamento contemporâneo, mas muito mais do que isso, trata-se de um tema categórico que explicaria as diversas faces da modernidade, ou seja, o termo da secularização possui uma função de interpretação que revela a identidade da era, do tempo, da modernidade. Descartes, com as meditações e a tese da sistematização racional contribui para que o termo decolasse, com isso, Löwith vai dizer que a Idade Moderna foi capaz de criar não só a si própria, mas criou também as outras épocas históricas, das quais se difere. Contudo, Blumenberg apresenta a ideia do self que vai contra os argumentos de Löwith e defende a autonomia pelo projeto existencial, sendo assim, essa ideia de continuidade é o cerne da Idade Moderna. O surgimento de uma nova era, uma nova idade, parte da necessidade de responder questões anteriores, questões que foram levantadas em situações epocais primitivas a essas, e que estavam congeladas. Com o surgimento da Idade Moderna, os pensadores que a inauguravam sentiram a necessidade de retomar tais questões a fim de supri-las, e eis que surge a luz dos novos tempos.
            Esse debate em torno da modernidade abre novas perspectivas para a compreensão da constelação dos pensadores que despontam no cenário filosófico contemporâneo. Blumenberg, em sua defesa da modernidade, nos oferece os instrumentos teóricos necessários para iluminar o debate atual sobre modernidade e abrir possibilidades de compreensão de uma era que tenta, arduamente, conseguir transparência consigo mesma.
            E assim, quando retornamos a Descartes, “Penso, logo existo”, entendemos melhor esse embate filosófico acerca da modernidade, pois, compreendo como que Descartes e os pensadores da Idade Moderna, como, Löwith e Blumenberg, intencionaram consolidar a existência da razão e a sua capacidade de significação. Como se a ausência de um elemento não estivesse intrínseca nele, mas na relação que diferentes elementos tenham entre si. Seria como a relação natureza e homem ou homem e Deus. E essa relação é racional, assim inauguramos uma nova era, a era da filosofia da consciência, da razão e do sujeito, negando tudo para se chegar a um ponto mais coerente e coeso. E assim, como um novo método, com uma nova estrutura racional inauguramos um novo tempo denominado Idade Moderna.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Páscoa Juvenil Salesiana




Jovens de Brasília Celebram a Páscoa com atividades de convivência e reflexão

A semana santa foi vivida de forma especial para muitos jovens da capital federal com a celebração, no Santuário Dom Bosco e no Colégio Dom Bosco de Brasília, da Páscoa Juvenil Salesiana. O evento consiste em proporcionar aos jovens momentos de convivência e reflexão sobre a Páscoa, momentos estes, pautados na alegria e no estilo de vida salesiano.

Centenas de jovens, do Santuário e do Colégio, estiveram presentes nas atividades que foram realizadas desde o sábado (23/03) até a segunda de páscoa (01/04). Momentos como celebrações penitenciais, confissões, missas, encontros de jovens, partilhas de vida, louvor, vigília e adoração serviram de alimento espiritual para que fossem realizados os gestos concretos de vida e doação. Esses gestos levaram os participantes a viver uma páscoa autêntica, onde puderam presenciar a ressureição de Jesus no olhar de pessoas que necessitavam de maior cuidado e atenção.

O Grupo de Jovens Levanta-te, por exemplo, muito se empenhou para a realização do evento demonstrando a força do protagonismo juvenil. Os jovens participantes destacaram alguns momentos fortes desta semana, que, para eles, foram essenciais para bem viverem a ressureição de Jesus. “A Celebração penitencial e as Confissões muito nos ajudaram a perceber nossas limitações humanas e alcançarmos a Misericórdia de Deus”.

Na sexta-feira da Paixão do Senhor a Comunidade Católica Shalom apresentou uma Via-Sacra que levou todos os presentes a um profundo e íntimo momento de oração e encontro com o Senhor. “O Olhar do Cristo atravessou a minha alma e eu pude ouvir a voz dele no meu coração” – destacou uma das jovens participantes.

No sábado à tarde os jovens organizaram uma visita às famílias que vivem em uma pequena invasão no Setor de Indústrias Automotivas (SIA). São dezessete famílias vindas de outros estados, a maioria fugindo da seca no nordeste, que vivem em barracos de lona em situação precária e desumana à procura de condições melhores de vida e dignidade. Foi realizado um pequeno oratório com as crianças, aconselhamento e orientações aos adultos, e no fim foram distribuídas cestas básicas e materiais de higiene para as famílias, bem como doces e chocolates para as crianças. Alguns jovens, após esta atividade, disseram: “Agora eu consigo ver quais são as verdadeiras chagas de Cristo! Hoje eu entendo o porquê de todos os anos nós vivermos a quaresma e lembrarmos a dor de Jesus. Jesus ressuscitou, venceu a morte, mas as suas chagas continuam abertas. A minha vida nunca mais será a mesma!”

O evento teve a sua conclusão com as celebrações de Páscoa no domingo (31) e segunda-feira (01), ambas presididas pelo Pe. Jonathan no Santuário Dom Bosco. A organização do Evento em Brasília ficou a cargo do Pe. Jonathan, S. Denis Dutra, Giovani (Pré-Noviço), Gabriel (Aspirante) e Grupo de Jovens Levanta-te

quinta-feira, 21 de março de 2013

É pra lá que eu vou!

Em julho de 2013 estão sendo esperados mais de 2 milhões de jovens na cidade do Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O local onde acontecerá o evento será chamado de Cidade da Fé. Veja o vídeo-convocação!


segunda-feira, 18 de março de 2013

A grande surpresa


            Era uma tarde comum como tantas outras, mas a tarde do dia 13 de março de 2013 entraria para a história. Durante o período em que permaneci no quarto com meus estudos e senti necessidade de buscar água, parecia tudo tão igual, mas no momento em que cheguei ao bebedouro notei algo bem curioso. O fato que me chamou a atenção foi perceber ao olhar a TV que uma das maiores empresas da comunicação mundial transmitia ao vivo imagens de uma simples ,e aparentemente comum, chaminé. Na verdade, tudo que parecia tão comum e tão óbvio iria surpreender a população mundial.
            Antes de tudo, um relato pessoal. Durante os últimos acontecimentos na Igreja Católica (Renúncia, escândalos e eleições) e com o bombardeio midiático de informações oficiais e extra-oficiais optei por não acompanhar todas as notícias que apareciam acerca do Papa, da Igreja e do Povo de Deus. Percebi um número muito maior de especulações do que de informações, por isso fiz essa opção.
            Voltemos ao caso. O surpreendente era que os canais transmitiam ao vivo imagens de uma simples chaminé, e o mais curioso, os canais seculares o faziam com tanta piedade e devoção que até pareciam canais religiosos. Naquele momento pensei, “como uma instituição conceituada por essas mídias, por seguidores e não seguidores como retrógrada, ultrapassada, corrupta, iníqua, preconceituosa, conservadora, medieval, excludente e tantos outros adjetivos pejorativos tornava-se o centro da unidade fraterna mundial a ponto de virar notícia principal? O que estava acontecendo com a sociedade moderna? Por que tais fatos como reconhecimento da limitação humana, atitudes de humildade, reflexão teológica e imagens de uma mera chaminé virariam notícias de capa? Confesso que não sei e estou até agora tentando entender, mas procurarei compreender.
            De repente um susto, algo saía da chaminé, obviamente saía fumaça, pois o que mais poderia ser esperado? Todavia a fumaça que a princípio era escura começou a clarear ficando branca como uma nuvem do céu. “Fumaça branca!”, alguém exclamou, o que significaria que o Colégio Cardinalício, sob a luz do Espírito Santo, havia escolhido o Pontífice para governar a Igreja. Os sinos do Vaticano soaram e confirmaram a mensagem que saia da chaminé. A euforia tomou conta dos presentes, tanto dos que estavam na sala de TV quanto dos que estavam em vigília na Praça de São Pedro. Ouvi fogos, gritos e aclamações “Habemus Papam!” Nas redes sociais não se falava de outra coisa, e a hashtag #hamebuspapam dominou o Trending Topics por prolongado tempo. Nessa hora, confesso, senti um forte calafrio e o meu corpo ficou todo arrepiado quando pensei, faço parte dessa história, Sou a Igreja Católica.
            Os minutos se passaram e o público só aumentava na sala, e um amigo em Roma twitou “correia nas ruas de Roma, pessoas se movem de todos os lados rumo ao Vaticano”. Após mais de uma hora de espera, um movimento é percebido na sacada da Basílica de São Pedro. As cortinas e as portas se abrem com uma ansiosa proclamação: “Habemus Papam” seguida da aclamação do Povo de Deus que se calou surpresa ao ouvir “Cardinale Jorge Mario Bergolio, papa Francesco” e a Igreja voltou a sorrir, cantar e festejar.
            Grande era a surpresa de todos, mas um cardial de 76 anos de idade, e que em 2005 era o nome após ao do cardeal Ratzinger para a sucessão papal, havia sido escolhido para governar a Igreja depois de Bento XVI. Um argentino fazendo a história da Igreja como o primeiro papa latino americano. Outro grandioso fato foi o nome escolhido por ele, Francisco. O interessante é que no século XII um jovem europeu chamado Francisco, diante de uma crise ideológica, encontra-se a orar em uma igrejinha em ruínas na cidade de Assis, Itália, e que era dedicada a São Damião. Durante o momento místico, o jovem Francisco ouviu a voz do próprio Cristo vindo do crucifixo, que dizia, “Francisco, reconstrói a minha Igreja que está em ruínas”. Francisco muda de vida e começa uma nova história. A princípio ele acreditava que a reconstrução tratava-se apenas da restauração daquela igrejinha abandonada e em ruínas, mas na verdade, e nem sabemos se Francisco tomou consciência de que a restauração compreendeu a reedificação de toda a Igreja pós reforma protestante.
            A Igreja hoje sofre ataques cruéis vindos de meios seculares, de pessoas pouco idôneas e até mesmo do seu próprio clero, o que de fato, mexeu um pouco com a paz dos seus fiéis, mas não a fé. A Igreja tem sido alvo de manchetes maldosas nos principais jornais do mundo, e muitos atacam por mera ignorante antipatia. De fato, coisas não tão boas aconteceram no seio da Igreja, e eis que surge o papa Francisco. O nome diz muito, pois reflete a identidade da pessoa, sua essência.
            E eis que fazendo jus ao nome, surge na sacada de São Pedro o papa Francisco com cara assustada diante de suas ovelhas que com grande euforia o aclamavam. E ao abrir a boca pronunciou espontaneamente palavras edificantes ao povo eufórico que o acolhia. Com vestes simples convocou o povo a uma caminhada de fé partilhada na fraternidade, e num gesto de profunda humildade inclinou-se diante dos fiéis na Praça de São Pedro e pediu que ela intercedesse a Deus pelo seu novo pastor no início do seu pontificado, grande gesto! Que exemplo!  Na tarde desse dia 13 de março a Igreja que sempre pregou a humildade deu ao mundo inteiro o maior testemunho de vida daquilo que prega à sociedade atual. Na verdade, tanto Bento XVI no final de seu pontificado e Francisco nessa sucessão apostólica buscaram na origem do Cristianismo, em Jesus Cristo, a base para a caminhada de fé da Igreja. A humildade faz com que a Igreja seja a unidade dos cristãos, e essa unidade foi reforçada no testemunho que o topo da pirâmide eclesial deu, não só aos seus fiéis, mas para toda a população mundial.
            Portanto, chegamos ao ponto em que a exemplo de Jesus Cristo e do testemunho dos seus apóstolos e daqueles que Ele escolheu para conduzir a sua Igreja nós, cristãos católicos, precisamos testemunhar aos cristãos e aos não cristãos o simples jeito de viver que Cristo nos deixou como legado. Por isso, pregar o Evangelho hoje é muito mais do que recitar belas palavras, mas testemunhar o jeito de Cristo, é viver como viveria o próprio Cristo, e isso é a grande surpresa da vida que torna qualquer rotina numa extraordinária doação comum e humilde aos outros, e isso o Papa Francisco começou fazendo e surpreendeu a todos.

Rosa de Saron


Não é todo dia que sua banda preferida grava DVD, e as chances disso acontecer na cidade onde você mora em dia e horário acessível é menor ainda, por isso eu não poderia perder a oportunidade. Acompanho e curto o som da banda desde 1996 e pude crescer junto com o Rosa de Saron. Galera bacana que nos conduz a Deus através das músicas ousadas em altos níveis de amor, além de proporcionar uma grande qualidade técnica. Já faz uns 5 anos que não participo de um show deles, e nesse dia teria a alegria de dividir o show com dois grandes amigos de longas datas e que curtem o Rosa de Saron como eu! Bora lá galera! #contandoosdias


Chamada para a Gravação do DVD


Clipe: Aurora

O dom da vida


            Durante algum tempo, principalmente com os último acontecimentos, fiquei muito incomodado com as notícias e especulações que alguns veículos de comunicação em massa divulgaram sobre a Igreja e os cristãos. O desconforto maior era por acreditar em uma intenção maligna de ferir a unidade e a integridade de uma instituição que sempre buscou o bem da humanidade, mesmo que alguns a tenham manchado, ela, a Igreja, continua imácula diante do mundo porque transcende o objeto e forma-se algo subjetivo.
            Todavia, preciso confessar que a transição da sucessão papal, que vivemos nos início deste ano de 2013, me fez amar e me orgulhar do simples fato de pertencer ao seio da Igreja Católica Apostólica Romana. Foi quando o papa Francisco apareceu na sacada da Basílica de São Pedro que percebi, isso é dom de Deus. Neste momento um filme passou pela minha cabeça e eu percebi a minha história de vida dentro da História que Deus escreveu para toda a humanidade. Nessa hora, mesmo sem me lembrar, me vi no dia em que fui batizado e passei a ser membro do Corpo de Cristo, isso me levou ao Rio Jordão no momento em que João Batista batizava Jesus, e eu ouvi Deus dizer: “Este é o meu filho amado!” Foi aí que eu nasci!
Em seguida, fui levado a um fato muito marcante na minha vida, a conversão do meu pai. Quando ainda não tinha consciência do juízo, eu acompanhava a minha mãe até as missas enquanto o meu pai nos aguardava num botequim mais próximo à Igreja. Com o passar do tempo, fui percebendo que as noites de domingo na porta de um bar qualquer eram mais divertidas do que as celebrações dominicais, que me causavam imenso cansaço e desânimo. Fui logo querendo fazer a minha opção de liberdade mesmo sem der o domínio do juízo. Minha mãe tinha um discurso pronto, “Seu pai é vacinado, maior de idade, dono da vida dele, e você não”, tudo bem que eu só entenderia isso anos depois, mas pra mim tais palavras não faziam sentido algum. E o meu pai sempre dizia, “Vai com a sua mãe que é o melhor pra você!”, e era o que eu menos entendia, por que o que era bom para minha mãe e eu não era bom para ele? Depois de muitos dias de incompreensão, insistência e choro, uma surpresa, o meu pai nos acompanhou até a Celebração Eucarística. Eu não entendi aquilo, mas lembro bem que fiquei muito feliz, principalmente porque após uma boa participação na missa haveria sempre um delicioso sorvete. Então ouvi novamente a voz de Deus a me dizer, “Desde o ventre da sua mãe Eu o conhecia”.
E as cenas do filme continuavam a serem contextualizadas naquela tarde. Fui levado a uma das cenas mais dramáticas de toda a minha história, a época das crises juvenis e as revoltas dos rebeldes sem causa. Nesse tempo eu quase consegui aniquilar com a minha família e com o casamento dos meus pais. Eu só queria liberdade, independência, reconhecimento e ser um jovem normal na sociedade real, o mote “Sexo, drogas e Rock’n Roll” era o meu lema e o mundo das baladas era a minha casa. Que feliz ilusão! Apesar de alcançar diversão a agonia vinha logo em seguida dilacerando a minha alma. Mas também, qual era a minha vontade? Eu estava tentando me conhecer fugindo de mim mesmo, fugindo do que eu era. Eu queria ser como os outros e não o que eu queria ser. Foi quando Deus falou, “Não temas pois Eu estou contigo, coragem jovem!” A liberdade sempre esteve dentro de mim e eu não a conhecia.
Outra cena que chamou muito a minha atenção foi a festa, a alegria, a amizade. Como tive o privilégio em participar da vida de pessoas que em sua pequenez e humildade se mostraram grandes pessoas, amigos que sem a convivência eu não seria a pessoa que sou hoje, talvez uma pessoa muito mais rude e mesquinha. E se hoje eu tenho esse sorriso estampado e o capricho de viver momentos de nostalgia frequentemente é porque eu tive o privilégio de ter tido pessoas especiais nessa história, nesse filme. E Deus novamente falou “Quem tem um amigo, encontrou um tesouro de valor inestimável” Contudo, foram eles que me encontraram e não eu que encontrei, pois foi Deus quem os entregou de presente para mim.
A última cena do filme não foi a cena final, mas talvez a que indicasse o início de tudo. Voltei a minha consagração apostólica como Salesiano de Dom Bosco, foi quando eu nasci de novo, nasci para uma nova vida, uma nova experiência, uma nova caminhada que é tão dura como qualquer outra, mas que trás a minha alma a confirmação de tudo que acontecera antes, que fora vivido e partilhado. Um misto de sentimentos invadiu o meu ser e eu pude ouvir Deus dizendo, “Eu te chamei pelo nome, tu és Meu!” (lema de profissão). Só então pude entender que durante toda a minha história, desde o início, Deus sempre esteve ao meu lado e acompanhou todos os meus passos fazendo com que a minha vida fosse um sincero sim de santidade e que estar vivo, ser quem eu sou, ser cristão, ser católico, ser consagrado, ser salesiano, ser Denis não é um simples fato, mas é Dom de Deus.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Eu acredito na Juventude!



         Eu acredito na juventude! Creio sim! Creio na sua capacidade de transformar o mundo, creio em suas responsabilidades adquiridas, creio em seus sentimentos à flor da pele.
         Eu acredito na juventude! Creio que o mundo tem solução porque existem jovens, creio na esperança quando um jovem sorri, creio que sonhos podem ser realizados quando vejo jovens em ação. Dizem que a juventude será o futuro, será o mundo amanhã. Eu não acredito nessa teoria, e sim, creio que a juventude é o presente, o hoje, é o mundo agora.
         Eu acredito na juventude! Creio sim, com seus medos, suas misérias, suas fantasias. Creio nas Marias, nas Cláudias, nos Paulos e nos Anjinhos. Creio na juventude do Rock, do Frevo e do Sertanejo. Creio na juventude da Fé, na juventude ativa que canta e que brinca.
         Eu acredito na juventude! Creio na juventude que faz arte, que vai à festas. Creio na juventude que estuda, que é justa, pinta a cara e que faz protestos. Eu creio na juventude que é desprezada e criticada pelos grandes poderosos deste mundo, creio na juventude abandonada, marginalizada, emaconhada. Eu acredito na juventude das cidades, das capitais, dos guetos e das favelas. Acredito na juventude que vai aos shoppings e bailes funk.
         Eu acredito na juventude! Creio sim! Creio na juventude esquisita, na juventude do cabelo multicor, na juventude simples e no jovem trabalhador.
         Eu acredito na juventude, porque sei que se tem alguém que topa e tem coragem de pintar um rosto mais belo para a nossa sociedade, que tem motivação para levantar-se após as quedas, que corre atrás de seus sonhos, esse alguém se chama JOVEM! Por isso, eu acredito na juventude.

terça-feira, 5 de março de 2013

Coisas do século passado!



Vovó disse que mentir é pecado, mas ela escondeu a bolacha de sal e disse que havia acabado. Ela não mentiu? Ela pecou! Mas por que a vovó se contradiz tanto? Ela diz que roubar é pecado, mas ela leva uma vida tão burguesa que rouba a felicidade de muitas pessoas. Isso é certo? Vovó diz que matar é pecado, mas sempre diz “Ele mereceu isso, teve o fim que queria”, ao ser informada da morte de algum bandido, traficante, favelado e menino de rua infrator. A morte é uma coisa boa? Vovó sempre me diz para não fazer uma porção de coisa, mas eu sempre à vejo fazendo ou satisfeita com algo que ela me proibiu de fazer. Será que a vovó está acordada assistindo a sua novela, que é pressuposto do seu sono alienado ou está sem dormir preocupada com o que pode acontecer ao seu vizinho ou amigo indiscreto? Acho que a vovó não entende o tempo em que vivemos, será que ela ainda pensa nas coisas do século passado? Acho que a vovó já repousou. Coitada! Quando será que ela vai me compreender? Acho que a vovó não é capaz de pós modernizar o seu ponto de vista, é muito difícil para ela. Vovó até conhece as leis, mas as usa somente para o seu bel prazer. Vovó entende da moral, mas será que ela sabe o que é Ética? A minha avó é uma pessoa muito boa, mas eu nunca a vi rezando pela salvação de algum assassino. Ora, minha avó é tão inocente. Ela acompanha a bolsa de valores só para saber como será a feira do próximo fim de semana. A minha avó é brasileira, mas não se comporta como aqueles que fazem o Brasil brasil, pois minha avó não fura fila, ela só pede à algum conhecido que está na frente para pagar a conta de telefone. Se alguém lhe da o troco errado ela fica com o dinheiro, não porque é pretensiosa, mas porque é desatenta e não conferiu o troco. Mas é engraçado, se o troco for menor, ela percebe. Eu não entendo a minha avó, acho que ela é do século passado, ou pode ser que eu seja contemporâneo demais. Ah! Como eu gostaria de compreender minha avó, pois assim, talvez, ela me ajudaria a votar melhor, estudar melhor, trabalha melhor, ou seja, viver melhor. Ah vovó! Eu não quero pensar nas coisas do passado, mas será que a senhora não poderia se atualizar? Eu te amo tanto vovó, mas eu aço que a senhora já viveu demais. Adeus vovó, volte para as coisas do século passado, pois eu não posso abrir mão do progresso que eu conquistei com tanto esforço. Adeus vovó! Somos de tempos muito diferentes e não há possibilidades de eu continuar comento dos seus deliciosos bolinhos de chuva e sendo conivente com as enchentes e alagamentos que eles tem provocado. Adeus vovó! A sua hora chegou,e já é tempo de cerrar a tampa do seu século passado. Quem sabe um dia voltemos a nos encontrar e a oportunidade da comunhão de idéias deixe de ser uma utopia e passe a ser filosofia, português, matemática, história. Ah história! Olha agente voltando as coisas do século passado.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O que significa L.G.B.T.Q.I.A.?


A nova geração gay nos Estados Unidos

            Um novo termo tem gerado discussões nos Estado Unidos, na verdade é mais que um termo, é mais do que uma sigla é um ideário que poderá mudar completamente a visão tradicional de Homem e Mulher  de toda uma sociedade. A sigla L.G.B.T., abreviação em inglês de Lesbians, Gays, Bissexuas, Transgenderes (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis), é de conhecimento de muitos, contudo, o que significaria o “Q.I.A.” adido à expressão?
            O termo está dividindo a opinião dos norte americanos, tanto os heterossexuais quanto os homossexuais, pois põe em cheque princípios homogêneos da civilização humana.  O assunto é tão abrangente que até o The New York Times tem abordado o assunto em suas colunas. O fato é que em Faculdades, como a Sarah Lawrence em Nova York, dentre outras, surgem grupos estudantis que tem levantado a bandeira de que o a ideia apreendida pelo termo “LGBT” não é capaz de assegurar plenos direitos a todos e todas, por isso acrescentar “QIA” (Queer, Intersex, Asexual, Ally), tentemos entender o que isso significa. A palavra queer ao pé da letra significa “bicha”, mas o uso aqui tem um sentido mais amplo e intenciona-se dar um sentido mais positivo a este termo antes usado pejorativamente. Na verdade “queer” atua com a ideia que abrange as pessoas de ambos os gêneros que possuem uma variedade de orientações, preferências e hábitos sexuais, ou seja, um termo neutro que possa ser utilizado por todos os adeptos desse movimento. E Intersex refere-se a pessoas em que a sua característica física não é expressa por características sexuais exclusivamente masculinas ou femininas. E a vogal “A” que se encontra no final da sigla remete a duas palavras com significados distintos, a primeira Asexual que designa uma pessoa assexuada, ou seja, uma pessoa que não possui atração sexual nem por homens e nem por mulheres ou que não possua orientação sexual definida, e a segunda palavra, Ally, abrange as pessoas que não se identificam com as pessoas pertencentes ao grupo LGBTQIA, mas os respeitam e asseguram que seus direitos sejam cumpridos.
            Apesar de embaraçoso, acredito que não seja o significado da sigla que tenha despertado a curiosidade e a indignação de muitos norte-americanos, mas a intencionalidade deste movimento. O folhetim de maior circulação nos Estados Unidos, o The New York Times, publicou no mês de janeiro deste ano as opiniões e as reivindicações desse grupo, que o jornal chama de “Nova geração gay dos Estados Unidos”. A matéria ressalta o destaque que esses grupos tem alcançado na sociedade a partir de diálogos, debates e organização de grupos nas Universidades, esses grupos de estudantes homossexuais tem feito com que instituições de ensino superior repensem sua estrutura logística, bem como a sua organização institucional ao criar banheiros, dormitórios e ambientes bissexuais, cobrir cirurgias de mudança de sexo nos planos de saúde universitários, e em algumas Universidades, como a de Iowa, os estudantes ao preencherem o formulário de matrícula encontram três itens a serem marcados no campo “sexo”, masculino, feminino e transgênero.
            O que causa maior receio é que este movimento contradiz ao próprio movimento homossexual tradicional, por se tratar da militância de uma geração totalmente independente. O paradigma entre as gerações é evidente, pois enquanto o movimento gay que conhecemos, e ainda nem conhecemos bem, parece ter o foco no casamento gay, nas uniões estáveis de pessoas do mesmo sexo e adoções, essa nova geração gay busca algo ainda mais radical que é superar o binômio macho e fêmea, eles querem uma independência de gênero. A grande questão não é quem eles amam ou com quem eles vão se casar, a preocupação é com “o que eles são”, ou seja, sua identidade independente da orientação sexual que seguem.
            O jovem Santiago, colombiano que estuda nos Estados Unidos e pertence a essa nova geração homossexual, fez a seguinte observação em um dos encontros promovidos pelos grupos estudantis LGBTQIA nas universidades, "Por que só determinadas letras entram na sigla? Temos nossas lésbicas, nossos gays, bissexuais, transsexuais, bichas, homossexuais, assexuais, Panssexuais, Omnissexuais, Trissexuais, Agêneros, Bigêneros, Terceiro gênero, Transgêneros, Travestis, Interssexuais, Dois espíritos, Hijras, Poliamorosos." E concluiu: "Indecisos, Questionadores, Outros, Seres  Humanos."
             A mudança de paradigma causa desconforto em todas as pessoas, contudo, uma reação não regulada pode causar um pandemônio ou até uma guerra, por isso, devemos pensar, refletir, questionar, entender o que se passa a nossa volta afim de garantir em nossa sociedade o direito de ir e vir de todo o ser humano, como reza a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Contudo, não basta simplesmente fechar-nos em nossos ideais acreditando que eles sejam insuperáveis a ponto de se tornarem a “verdade absoluta” que não pode ser questionada. O respeito é um princípio primordial na convivência humana, mas será que as partes tem respeitado a si e ao próximo?
Sem responder a pergunta anterior, concluímos e acrescentamos no embate o grande filósofo Heráclito de Éfeso que diz existir um “movimento permanente das coisas que se desfazem, transformando-se em outras coisas”, para ele o mundo explica-se pela causa e consequência das mudanças e contradições que nele ocorrem, para ele a centralidade da vida no mundo encontra-se na experiência da oposição que as coisas fazem umas as outras.  E acrescenta "O divergente consigo mesmo concorda; harmonia de tensões contrárias, como de arco e lira". Assim, a divergência e a contradição não só produzem a unidade do mundo, mas também sua transformação. O mundo é um eterno fluir, como um rio, e é impossível banhar-se duas vezes na mesma água. Fluxo contínuo de mudanças, o mundo é como um fogo eterno, sempre vivo, e "nenhum deus, nenhum homem o fez". Será que os seres humanos estão sofrendo mutação? Será que Deus mudou, não é o mesmo? Em que barco se encontra a humanidade e em que porto ela atracará?

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