segunda-feira, 17 de junho de 2013

Houve um tempo...


Houve um tempo, do qual eu pouco ou nada sabia, em que eu via a gente bonita/ com as faces coloridas/ sendo das ruas banidas/ por algum motivo, não sei.
Houve um tempo... em que as máscaras na rua e que carnaval já não era mais a lua, gritavam a culpa foi sua, e o mal eu não descobria.
Houve um tempo... em que a paz não era a luta, mas sinônimo de labuta, em que poucos se anuviam e a tempestade fez crescer.
Houve um tempo... em que o tempo que houvera, tornara-se primavera de um conto, uma história de uma saudade em meu peito.
Houve um tempo... em que estudante baderneiro era amigo do carcereiro, do coveiro um herdeiro, por pensar tão diferente.
Houve um tempo... em que ditador e guerrilheiro dividiam o travesseiro, sem cortesia de um vespeiro a lutar por algo bom.
Houve um tempo... em que a marcha e o protesto era a bagunça de um tempo que passou.
Houve um tempo... em que a memória tão remota, assim como o globo e as estações, retornou ao seu ponto de partida.
Houve um tempo... um eterno e o agora, que torna cíclica a história, numa mistura inseparável sem um começo ou um fim.
Houve um tempo em que a colônia e a coroa, a ditadura e a democracia nas repressões se assemelhariam, e ao povo só faria sofrer.
Houve um tempo em que  o tempo era a vontade de um povo em liberdade fazer o tempo voltar.
Houve um tempo em que ao tempo não há tempo, mas um momento, um segundo ou uma ação.
Houve um tempo em que os que do tempo se favoreceram, mas se tornaram prisioneiros, temeram os de pouco tempo que se tornaram atemporais.
Houve um tempo em que o Brasil virou brasil e destemido ele cumpriu o seu tempo na história.
Houve um tempo em que o tempo não existiu, mas a vontade de ser eu impulsionou-me a uma nova história.
Houve um tempo em que a geração alfa mudou o seu status de “deitado eternamente em berço esplendido” para “verás que um filho teu não foge à luta”
Houve um tempo em que o tempo então faliu e a vontade de ser Brasil me motivou a ser cidadão.
Eu sou o que sou, sou o tempo, sou o Brasil, sou a história, sou cidadão!



domingo, 16 de junho de 2013

Recomeço


Quando o sol entrou hoje pela minha janela o meu coração sorriu. Ah! Como é bom senti-lo novamente em minha pele, os olhos ficam mais nítidos e o dia mais bonito. Receber a visita do sol após um tempo nebuloso ou de tempestade é sinal de que tudo nessa vida tem recomeço.
A nossa vida só se completa quando recomeçamos. A aurora é um recomeço assim como o ocaso, da mesma forma que a vida e a morte. A morte é um recomeço não só para o defunto, mas para aqueles que de alguma forma receberam o seu toque. Um livro, uma música, um filme também são recomeços. O amor é recomeço, aliás, só o amor nos permite recomeçar.
O desejo de viver bem a cada dia, passa necessariamente pela capacidade que temos de amar, portanto, se amamos pouco, pouco vivemos, e se muito amamos, muito viveremos.

É preciso amar e recomeçar, recomeçar e amar. E que assim a vida nos viva para que a cada porta aberta e fechada, cada passo na estrada ou talvez cada piscada de uma olhada nos revele a luz que emana de um recomeço, da nova vida que surge do começar de novo ou de cada começo de recomeço que inauguramos nos amores, nos sabores e dissabores. É preciso recomeçar a amar!