terça-feira, 5 de março de 2013

Coisas do século passado!



Vovó disse que mentir é pecado, mas ela escondeu a bolacha de sal e disse que havia acabado. Ela não mentiu? Ela pecou! Mas por que a vovó se contradiz tanto? Ela diz que roubar é pecado, mas ela leva uma vida tão burguesa que rouba a felicidade de muitas pessoas. Isso é certo? Vovó diz que matar é pecado, mas sempre diz “Ele mereceu isso, teve o fim que queria”, ao ser informada da morte de algum bandido, traficante, favelado e menino de rua infrator. A morte é uma coisa boa? Vovó sempre me diz para não fazer uma porção de coisa, mas eu sempre à vejo fazendo ou satisfeita com algo que ela me proibiu de fazer. Será que a vovó está acordada assistindo a sua novela, que é pressuposto do seu sono alienado ou está sem dormir preocupada com o que pode acontecer ao seu vizinho ou amigo indiscreto? Acho que a vovó não entende o tempo em que vivemos, será que ela ainda pensa nas coisas do século passado? Acho que a vovó já repousou. Coitada! Quando será que ela vai me compreender? Acho que a vovó não é capaz de pós modernizar o seu ponto de vista, é muito difícil para ela. Vovó até conhece as leis, mas as usa somente para o seu bel prazer. Vovó entende da moral, mas será que ela sabe o que é Ética? A minha avó é uma pessoa muito boa, mas eu nunca a vi rezando pela salvação de algum assassino. Ora, minha avó é tão inocente. Ela acompanha a bolsa de valores só para saber como será a feira do próximo fim de semana. A minha avó é brasileira, mas não se comporta como aqueles que fazem o Brasil brasil, pois minha avó não fura fila, ela só pede à algum conhecido que está na frente para pagar a conta de telefone. Se alguém lhe da o troco errado ela fica com o dinheiro, não porque é pretensiosa, mas porque é desatenta e não conferiu o troco. Mas é engraçado, se o troco for menor, ela percebe. Eu não entendo a minha avó, acho que ela é do século passado, ou pode ser que eu seja contemporâneo demais. Ah! Como eu gostaria de compreender minha avó, pois assim, talvez, ela me ajudaria a votar melhor, estudar melhor, trabalha melhor, ou seja, viver melhor. Ah vovó! Eu não quero pensar nas coisas do passado, mas será que a senhora não poderia se atualizar? Eu te amo tanto vovó, mas eu aço que a senhora já viveu demais. Adeus vovó, volte para as coisas do século passado, pois eu não posso abrir mão do progresso que eu conquistei com tanto esforço. Adeus vovó! Somos de tempos muito diferentes e não há possibilidades de eu continuar comento dos seus deliciosos bolinhos de chuva e sendo conivente com as enchentes e alagamentos que eles tem provocado. Adeus vovó! A sua hora chegou,e já é tempo de cerrar a tampa do seu século passado. Quem sabe um dia voltemos a nos encontrar e a oportunidade da comunhão de idéias deixe de ser uma utopia e passe a ser filosofia, português, matemática, história. Ah história! Olha agente voltando as coisas do século passado.

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