domingo, 24 de junho de 2012

Um homem e três cabelos


Acho bacana quando alguém consegue viver sua vida sem dar importância ao modismo ou as criticas moralmente imorais que se fazem na nossa sociedade. Você ser quem é sem se preocupar com o que vão pensar de você, ou se importar com a opinião alheia a respeito da roupa que você veste, o penteado que curte usar naquele momento acho que pode ser denominado autonomia. Eu acredito em autonomia, não em autosuficiencia, mas em autonomia, que significa ser feliz independente da critica do outro. Precisamos perder o medo de ser quem realmente somos e não ter a vergonha de errar quando se quer alcançar a felicidade. É preciso erguer a cabeça e reconhecer o erro sempre que necessário e não temer o recomeço, o novo, a transformação.
Faço minhas as palavras do poeta: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo!"

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Imagem da Semana


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Never alone...

Você já parou para pensar que nesta vida nunca estamos sozinhos?
...
Pensou?
Então! Já dizia a grande Adélia Prado, "É tão bom, só a gente sozinhos..." existem momentos da nossa vida em que necessitamos ficar sozinhos conosco, ficar sozinhos com a pessoa amada, ficar sozinhos com amigos, sozinhos com o mundo. Contudo, nunca estaremos totalmente só! Ficamos sozinhos até com o silêncio, apesar de muitos não gostarem do silêncio. Não gostam por que ele diz coisas que outra pessoa não teria coragem de dizer...
É...
Não quero alongar mais essa nossa prosa. Só disse tudo isso acima porque intencionava narrar uma experiência que vivi ontem.
Ontem subi no terraço afim de fotografar a despedida do sol após um escaldante dia de inverno nordestino aqui no Recife. Fiz isso porque havia prometido a alguns amigos do Facebook que faria  a algumas horas antes.
Eis que cumpri o prometido, veja... 


... lindo né? Traz tanta paz. Diz tanta coisa. É um misto!
Quando eu terminei de contemplar essa beleza adentrando o continente, eu me virei. E no mesmo campo visual, porém no lado oposto, olha quem eu encontro: 


Quando o rei do dia se despede, a rainha da noite inaugura os céus. Enquanto eu via e contemplava um imperador, forte, imponente, imediatamente fui surpreendido pela nua e clara lua. Virgem, simples!
Acho que aquele dia no terraço fiz a mesma experiência de Agostinho na Idade Média. Eu vi a Fé e a Razão em sintonia, eu encontrei dentro de mim aquilo que por anos procurei fora.
Não canso de olhar essas imagens!
A cada piscar de olhos elas me revelam um novo segredo, um novo olhar.
Eu queria escrever tanta coisa sobre isso, mas não quero impedi-lo de fazer sua experiência. Se caso desejares continuemos escrevendo nossas estórias ou histórias em comum...
O nosso poema nunca terá fim...
a nossa alma é o nosso canto...
os nossos versos, nossos louvores...

domingo, 3 de junho de 2012

A Margem



            Certa vez um viajante passava por uma pequena vila onde havia uma antiga lenda sobre a existência de um valioso tesouro escondido na margem oposta do rio que corria próximo àquela vila. O homem ao tomar consciência da lenda dirigiu-se apressadamente ao rio citado na lenda.
            Quando o viajante preparava-se para adentrar naquelas águas escuras e aparentemente tenebrosas, eis que surge um respeitado ancião que vivia na vila e lhe disse: “Se eu fosse você não arriscaria entrar nessas águas amaldiçoadas, este é rio é muito profundo e sua correnteza arrasta tudo o que está a sua frente.” O viajante temeu tal advertência e preferiu aguardar um pouco mais antes de aventurar-se, decidiu ficar e elaborar um plano para chegar à outra margem. Nessa ocasião, a lenda ficou conhecida pela região, de forma que atraiu inúmeros curiosos.
            Chegou a vila um forasteiro que possuía conhecimento científico, e dirigiu-se imediatamente ao rio. Ao chegar em sua margem encontrou aquele viajante sonhando, e começou a preparar a sua canoa afim de colocá-la na água e alcançar a outra margem. Quando estava prestes a fazê-lo foi interpelado pelo viajante: “Espero que você não ouse atravessar este rio amaldiçoado com esta canoa, este rio profundo possui uma correnteza feroz, o último canoeiro que tentou atravessar foi sugado pela queda livre como a terra suga a água da chuva.” O forasteiro preocupado com tal colocação po-se a pensar o que fazer para alcançar a outra margem.
            Chegou à margem uma equipe de mergulhadores e se puseram a preparar os equipamentos a fim de alcançar a outra margem. Eis que o viajante e o forasteiro se aproximaram da equipe e disseram: “Vocês serão capazes de mergulhar neste rio amaldiçoado? Existem feras horrendas que habitam sua profundeza e devoram qualquer coisa que se atreva a cruzar essas águas.” Ao ouvirem isso os mergulhadores temeram e preferiram rever seus cálculos de mergulho.
            Dessa forma surgiram outros e outros que se punham a margem e temiam as águas profundas daquele rio, formando uma multidão que se punha a margem a discutir sobre a maldição do rio, a lenda do tesouro ficara para segundo plano, o assunto principal era o monstro que se tornara o rio.
            Der repente, para surpresa de todos que estavam ali, um jovem saiu da margem e ousou pisar na água sem nenhum equipamento, um homem com o seu braço alcançou-o e tocou fazendo com que ele se virasse, a multidão pô-se a discursar sobre a maldição do rio com grande veemência, ao fim do discurso o jovem sorriu, fez um leve acenou com a mão e aumentou os passos rumo a outra margem, a mão e aumentou os passos rumo a outra margem, o povo desesperou-se, esperando o extraordinário a qualquer momento, mas o jovem continuou sua caminhada, sua travessia. O jovem, com água na cintura, no máximo acima do umbigo, chegou até a outra margem, resgatou o tesouro, que era seu por direito, para surpresa e loucura de todos que se punham a margem oposta do rio. Eles não compreendiam, se perguntavam por que, discutiam entre si e permaneciam à margem, enquanto aquele único e simples jovem alegrava-se.
            O fato ficou mundialmente conhecido, fazendo com que canais de TV de todo o planeta cobrissem o fato. Contudo, um fato ainda maior chamou a atenção de todos. Quando os repórteres foram entrevistar aquele que se tornara o homem mais rico do mundo, descobriram que ele era surdo.
            O jovem desprovido de equipamentos modernos, sem conhecimento técnico, sem muitas ambições, possuía algo que àqueles que estavam à margem não possuíam, a falta de audição. Assim também devemos ser, para sairmos da margem, para quebrarmos paradigmas, mudarmos a condição atual, precisamos estar surdos para as vozes internas e externas. Somente a coragem, a razão e a voz do coração serão capazes de nos ajudar num processo de transformação, em quebrar paradigmas, e nos conduzir a uma vida feliz.