Houve
um tempo, do qual eu pouco ou nada sabia, em que eu via a gente bonita/ com as
faces coloridas/ sendo das ruas banidas/ por algum motivo, não sei.
Houve
um tempo... em que as máscaras na rua e que carnaval já não era mais a lua,
gritavam a culpa foi sua, e o mal eu não descobria.
Houve
um tempo... em que a paz não era a luta, mas sinônimo de labuta, em que poucos
se anuviam e a tempestade fez crescer.
Houve
um tempo... em que o tempo que houvera, tornara-se primavera de um conto, uma
história de uma saudade em meu peito.
Houve
um tempo... em que estudante baderneiro era amigo do carcereiro, do coveiro um
herdeiro, por pensar tão diferente.
Houve
um tempo... em que ditador e guerrilheiro dividiam o travesseiro, sem cortesia
de um vespeiro a lutar por algo bom.
Houve
um tempo... em que a marcha e o protesto era a bagunça de um tempo que passou.
Houve
um tempo... em que a memória tão remota, assim como o globo e as estações,
retornou ao seu ponto de partida.
Houve
um tempo... um eterno e o agora, que torna cíclica a história, numa mistura
inseparável sem um começo ou um fim.
Houve
um tempo em que a colônia e a coroa, a ditadura e a democracia nas repressões
se assemelhariam, e ao povo só faria sofrer.
Houve
um tempo em que o tempo era a vontade de
um povo em liberdade fazer o tempo voltar.
Houve
um tempo em que ao tempo não há tempo, mas um momento, um segundo ou uma ação.
Houve
um tempo em que os que do tempo se favoreceram, mas se tornaram prisioneiros,
temeram os de pouco tempo que se tornaram atemporais.
Houve
um tempo em que o Brasil virou brasil e destemido ele cumpriu o seu tempo na
história.
Houve
um tempo em que o tempo não existiu, mas a vontade de ser eu impulsionou-me a
uma nova história.
Houve
um tempo em que a geração alfa mudou o seu status de “deitado eternamente em
berço esplendido” para “verás que um filho teu não foge à luta”
Houve
um tempo em que o tempo então faliu e a vontade de ser Brasil me motivou a ser
cidadão.
Eu
sou o que sou, sou o tempo, sou o Brasil, sou a história, sou cidadão!
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