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quarta-feira, 21 de setembro de 2011
A VOCAÇÃO DA GRAMA
É interessante observarmos um vasto campo gramado após longos períodos de chuva. Podemos notar a beleza que é a natureza criada por Deus, perdemos minutos, que fazemos questão de dizer, que são preciosos em nossa vida. Nós nos permitimos aprisionar pela beleza, de forma que nada mais importa naquele momento, é a sensação de energia boa que sentimos em dados momentos impossíveis de serem narrados. Em um dado momento do êxtase estético, somos tomados por sentimentos racionais que nada mais são do que a maturação da experiência. Passamos a notar os detalhes que compõe tão bela paisagem, é como se passássemos a contemplar os retalhos de uma bela e encantadora coxa de retalhos. Notamos que dentre a grama brotam flores, árvores, dentes de leão, etc., uma infinidade de coisas boas e também ruins. O fato é, que se olharmos apenas os simples detalhes corremos o risco de nos atermos apenas a partículas feias sobre a grama, por nos chamar tanta atenção. Corremos o risco também de acharmos que a beleza da primeira visão é suficientemente única, e por nos acomodarmos a ela não avistamos outros campos, não mudamos a direção do nosso olhar. No entanto o êxtase que a beleza nos apresenta, serve-nos apenas como estímulo para uma longa jornada em outros campos gramados. Assim podemos perceber que nem todos os campos são esteticamente belos como aquele campo irrigado pela chuva, contudo o desafio é perceber que mesmo seco, murcho, cheio de falhas e até aparentemente sem vida, eles não perdem seu valor, sua importância, sua missão. Tudo na vida tem um objetivo, e a vocação da grama não é diferente. Um broto de grama na terra é apenas mato, um broto com outros brotos formam um gramado, um gramado com outros brotos formam um campo, que se for visitado pela chuva será verde e belo, se não receber visitas murchará conforme a época e o tempo. Assim somos nós, verdes e impuros, murchos e fortes, que na beleza ou dureza da vida somos capazes de escolher quem queremos ser. Se for mato, que sejamos mato ao irmos contra a opinião pública quando essa for contra a vida; se for gramado, que sejamos afim de construirmos amizades puras e sinceras; se formos campo, que sejamos humildes e dispostos aos outros; e por fim, se estivermos murchos pela aridez da vida, que sejamos fortalecidos pela raiz da fé, ao ponto de acreditarmos sempre que essa é a nossa missão, e que dias melhores de chuva virão nos visitar na medida em que entendemos nossa vocação.
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