terça-feira, 27 de setembro de 2011

COTIDIANO


Nesta manhã gelada onde até mesmo o sol é frio, questiono a minha existência. Viver numa sociedade onde o ter e o prazer é a filosofia mais convincente, a vida religiosa consagrada é um escândalo para o mundo. Olho ao meu redor e me sinto perdido no mesmo lugar ao assistir as pessoas indo e vindo de mão vazias procurando não sei o que, e encontrando sabe-se lá o quanto. A sensação que tenho é que o mundo gira sem finalidade, como um pião arremessado por algum garoto. Roda, gira; gira e roda esperando apenas a sua inércia com a perda das forças. Parar eu sei que vai, mas quando, onde e como, isso eu não sei não senhor.

Grito e não sou ouvido. Corro mas não consigo chegar, parece um pesadelo. Estou preso, perdido no mesmo lugar. Assisto, me divirto com o palmilhar das horas, dos minutos, dos segundos. Sonho e durmo sem acordar. Quem será capaz de despertar-me do sono? Repito! Quem será capaz? O movimento aqui é intenso, é insistente, e vou seguindo seu fluxo sem ser capaz de acompanhá-lo. Onde estou? Quem eu sou? Não sei! Realmente não sei. Eu não sei se continuo a caminhar ou volto pela estrada. Sigo o fluxo ou o coração? Ei, psiu, você! Está ocupado como os outros, que pena, que solidão. Estou perdido no mesmo lugar.

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