quinta-feira, 19 de julho de 2012

Uma viagem fascinante


O dia 10 de julho de 2012 começou bem mais cedo do que o comum. Levantar ainda de madrugada, tomar banho, colocar uma roupa bacana, café antes do nascer do sol, ônibus, metrô e estação Ferroviária de Belo Horizonte. Gostaria de narrar umas das mais fascinantes viagens que já fiz na minha vida, mas ela não começa quando eu acordo, ela começa quando eu chego na Praça da Estação em BH, apesar de poder considerar que nas semanas precedentes a essa data muito se esperava por essa viagem, contudo, sem desvalorizar o sentimento, tudo até agora fora comum na minha vida.
Ao chegar na Praça da Estação me senti adentrando em um cenário de filme de época, fatores como arquitetura, pessoas, sons, conversas, enfim, muito contribuíam para para a gravação deste 'longa'. Bilhetes em mãos, hora de embarcar! Ao passar pelos guardas ferroviários postos sob o grande portão de ferro, logo se avista a grande serpente de ferro, imensa, infinita, pensei. O clima gélido da estação nos fazia desejar o interior da serpente, e assim seguimos procurando o vagão P6, poltrona 61. Logo encontramos nossos lugares da Classe Econômica. Estavam quase todos os assentos ocupados, muitas crianças, famílias, gente, pessoas simples que conviviam umas com as outras sem restrições de credo, classe social ou etnia. Com as malas ocupando os seus devidos lugares iniciamos nosso desbravamento ao longo dos vagões adjacentes. Em seguida, ouve-se o apito e exatamente as 07:30 o piso metálico começa a deslizar sobre os trilhos, uma sensação inquietante invade o peito, uma mistura de medo, euforia, alegria e ansiedade. O trem parte e numa varanda entre os vagões me aconchego rendendo o meu olhar a uma paisagem inédita.
O som metálico dita o rítimo de uma sinfonia, o trem se despede da cidade e desbrava a mata, cumprimenta os cidadãos pelo trajeto, cruza outros vagões e estradas, atravessa pontes, rompe os túneis e desliza entre as montanhas verdes e as relvas infinitas até onde a 'vista arcança'. O meu filme continuava, vários personagens surgiam, barões do café, plebeus, princesas, enfim, pessoas. Distraído com a paisagem fiz o meu retiro espiritual, ali naquela varanda passei 80% da viagem. Amizades vão se tecendo ao longo da viagem tanto com os passageiros quanto com os oficiais e seus ambientes de trabalho. Percorremos todos os vagões, da Locomotiva á Classe executiva, do restaurante a sala de leitura, sim, todos os 18 vagões. E no fim da viagem, já no fim do dia, após mais de 13 horas de passeio o corpo descansado agradecia pelas fadigas evitadas, a alma realizada por ter tido um maravilhoso encontro com Deus e os amigos agradecidos por partilharem juntos tantas alegrias. Isso sim é uma grande viagem. 



Viagem realizada no dia 10/07/2012 pelos jovens salesianos estudantes de filosofia da Inspetoria São João Bosco. O trem parte da praça da estação em Belo Horizonte as 07:30 da manhã e chega na estação Pedro Palácios em Vitória as 20:15. Durante o trajeto há 26 paradas para embarque e desembarque em várias cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo. O que mais me impressionou nessa viagem foi a paisagem, o conforto do trem, e a simplicidade das pessoas que fomos conquistando a amizade durante a viagem.
Esta linha é administrada pela Vale e é o único trem de passageiros a unir dois grandes centros diariamente no Brasil!








2 comentários:

  1. que fotos lindas Denis, amei!

    deve ter sido mesmo uma viagem fascinante.

    eu prometi a minha filhinha Laura que vou levá-la em uma viagem de trem, a gente precisa passar por algumas coisas na vida.
    bjs
    Lu

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  2. Obrigado Lu!
    Olha realmente a viagem é fantástica, acredito que a sua Laura irá curtir de montão.
    Eu até sugiro 3Loucados Live in Train!!! kkkkk!
    Abraço!

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