Não precisa ser um grande estudioso para notar
o alto crescimento de uma escola do pensamento no campo mundial. Tal escola tem
difundido uma cultura depressiva entre os seus pensadores, e estes tem ganhado
cada vez mais notoriedade; para se ter uma ideia, está até muito bem divulgada
nos meios de comunicação social. A escola a qual me refiro é a veia morta da
humanidade alta consumidora das drogas anestesiantes do saber. O consumo de
antidepressivos tem crescido consideravelmente nos últimos tempos, e quanto
mais se consomem os rivotrils da vida, mais alienação existe entre os
consumistas depressivos. Dado ao fato, não impressiona perceber que a sociedade
atual, diferente de outros tempos, acumula problemas para si. Será porque que as
pessoas estão, aparentemente, cada vez mais afundadas em situações
desagradáveis que não tem fim? Acredito eu, que o pensamento crítico na contemporaneidade
está em crise, em uma crise existencial. Não digo isso apenas em questões
acerca do pensamento teórico, mas também do pensamento prático do cotidiano
humano. Sim, o jovem após uma decepção amorosa prefere “encher a cara” a
enfrentar a situação. Os pais, por sua vez, preferem tomar calmante e ir dormir
ao ter que ver o seu filho chegar “chapado” em casa. Não há diálogo, não há
confronto de ideias, não há produção do pensamento.
As
pessoas estão fugindo dos seus problemas de um modo nem tanto aconselhado. A
razão está sendo anestesiada a fim de aliviar a dor e o sofrimento. Contudo, a
melhor maneira de solucionar ou aliviar a dor definitivamente é enfrentando-a,
todavia, não é uma tarefa de fácil execução e nem nos apresenta prazer ao
exercê-la, porém as consequências serão muito mais agradáveis. É preciso
encarar o medo de sofrer. O esquivamento só aumentará a nossa fuga do monstro
que nos oprime, que cresce e ganha mais força a medida que não o enfrentamos.
Assim,
podemos entender que os anestésicos da mente, apesar de aliviar a dor naquele
momento crítico, não soluciona os nossos reais problemas, muito ao contrário,
na verdade, eles nos enfraquecem diante dos nossos maiores inimigos, como o
medo, o sofrimento e a dor. Esses inimigos, muitas das vezes são nossos
bichinhos de estimação que habitam os nossos sonhos e que depois de ignorados
tornam-se os monstros que dominam os nossos pesadelos e nos conduzem a um só
lugar, ao fracasso. Aqui, acredito caberia a célebre frase do Cleto Calimam, “É
preciso cultivar os pequenos vícios para não cairmos nos maiores”. Quando
reconhecemos nossas fraquezas, temos uma maior possibilidade de nos tornarmos
mais fortes, pois, cuidar com atenção das situações que nos fazem sentir seres
pequenos nos tornam pessoas mais maduras capazes de enfrentar com grandeza os
problemas maiores.
Enfim, não se trata de masoquismo ou
uma busca desnecessária pela dor, mas um confronto de sentimentos que tem como
finalidade o bem-estar pessoal. Lembrando que o conflito é sinal de vida, e o
sentimento de prazer estar ligado ao não prazer, logo o saber parte da dúvida.
Por isso permitamo-nos confrontar afim de que produzamos conhecimento, prazer,
alegria e bem-estar.
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