Entrevista

Leia na íntegra a entrevista que concedi ao Portal Maratimba.

O jovem Denis Dutra nascido e criado em Marataízes compõe um pequeno grupo de pessoas que deixaram suas famílias e arriscaram suas vidas em favor do resgate das almas.

Morador da comunidade de Lagoa Dantas, Denis que desde cedo aprendeu e exerceu o ofício do pai, lavrador, sempre ousou dar um passo em direção ao desconhecido. Frequentou a escola primária do bairro, em seguida foi encaminhado para a Escola Washington Pinheiro Meirelles, onde concluiu o Ensino Médio dando-lhe base sólida para o curso acadêmico de Letras na São Camilo em Cachoeiro. Ele exerceu durante seis anos a profissão de Professor de Inglês nos municípios de Marataízes, Itapemirim e Piúma.

Denis, o que você é: padre, seminarista?
Estou me preparando para ser padre, mas não sou seminarista, sou religioso consagrado. Salesiano. Faço parte de uma congregação religiosa conhecida como “Salesianos” fundada no século XIX por um padre Italiano chamado Dom Bosco. Dentro da Igreja há uma diversidade de carismas, isso por que o Espírito Santo é dinâmico e anima e conduz a Igreja de Cristo. E a partir dessa diversidade carismática nós nos ocupamos especificamente da “Missão de Educar e Evangelizar a juventude, especialmente a juventude mais pobre e abandonada.”

O que te levou a optar pela vida religiosa?
Na verdade, eu sempre tive esse desejo oculto em meu coração devido a educação católica que recebi desde criança pelos meus pais e familiares, Contudo, era algo que causava muita dúvida e angustia. Todavia, eu percebi que Deus escolhe quem Ele quer, da forma que quer e na hora oportuna, e que não adiantava fugir, esconder-se ou espernear. O primeiro passo foi muito difícil, mas contei com a ajuda de minha família, amigos e de pessoas que queriam o meu bem e felicidade.

O que você precisa estudar para ser padre?
Basicamente os cursos exigidos para a Ordenação Sacerdotal são dos de Filosofia e Teologia. Mas de acordo com aptidões e necessidades pastorais a pessoa pode se especializar em outras áreas também. Eu por exemplo, já concluí o curso de Filosofia pela PUC-Minas e antes de iniciar a Teologia estou concluindo uma especialização em Comunicação Social com ênfase em Rádio, TV, Publicidade e Mídias digitais pela PUC-SP.

Qual é a sua atividade enquanto religioso salesiano?
Atualmente eu resido na cidade de Barbacena-MG e coordeno uma Obra Social que atende cerca de 1800 pessoascom atividades sócio-educativas, sendo a maioria dos usuários do programa, crianças, adolescentes e jovens em situação de risco e vulnerabilidade social. Administro uma casa de encontros com capacidade para 200 pessoas, e participo de duas comissões salesianas, uma de Comunicação Social e a outra da Pastoral Juvenil, que acompanham, animam e assessoram atividades nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal e Tocantins.

Como está caminhando a juventude Católica de Marataízes?
Nossa! Estou imensamente feliz e orgulhoso com a juventude maratimba. Há seis anos eu deixava Marataízes, para responder ao chamado missionário que Deus me faz, e hoje ao retornar aqui percebo que a Pastoral da Juventude da Paróquia Santíssima Trindade caminha a passos largos, sólidos e bem fundamentados. Por exemplo, em alguns anos atrás, a nossa grande dificuldade era manter a juventude paroquial unida no período de verão e carnaval, como na baixa temporada. E hoje eu sou testemunha viva de atitudes ousadas da nossa juventude que demonstra o entusiasmo de ser de Deus sem perder aquilo que é característica da Juventude, a Alegria! Sinto muito orgulho disso!

Você acredita que o Papa Francisco e a Jornada Mundial da Juventude no Rio contribuíram com esse crescimento da Juventude de Marataízes?
Com certeza! O Papa Francisco além de ser um grande Pai e Pastor sabe como motivar o seu rebanho para os detalhes essenciais da caminhada e da vida cristã. Por isso ele encanta tanto! E eu também acredito que o nosso pároco, o padre Fábio, tem uma característica que o Papa tanto pede ao Clero e que faz uma tremenda diferença. Ele tem o cheiro das suas ovelhas, dos seus paroquianos, ele está no meio do povo maratimba.

Quanto a JMJ no Rio, fomentou a questão do protagonismo juvenil e a urgência do jovem cristão tornar-se um discípulo missionário na construção do Reino de Deus. A experiência de participar de uma JMJ é indescritível, ver pela TV é muito bacana, mas participar de um encontro como esse e sentir o calor de mais de 3 milhões de pessoas, que apesar de serem tão distintas e de línguas diversas, tornam-se “um” e fazem-se compreender por que falam a língua do Amor. E Marataízes foi muito bem representada no Rio pela sua juventude.

Você gostaria de deixar alguma mensagem?
Louvo e agradeço a Deus pelo dom da minha vida e vocação!
Agradeço pela oportunidade dessa entrevista. E um agradecimento especial aos meus amigos, familiares e pessoas que acreditam, torcem e rezam pela missão que Deus me confiou de ser sinal e portador do Amor de Deus aos Jovens. E por fim, mas não menos importante, à juventude de Marataízes quero deixar uma frase de Dom Bosco, pai e mestre de toda juventude.“Recebemos nossas vidas como presente de Deus, o que fazemos dela é o nosso presente a Ele!”

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