segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Meninos de Rua e Pastéis


Quando eu ia comprar pastel e caldo de cana na rodoviária, vi cenas que ficaram na minha memória
Eu estava na fila para comprar fichas e reparei que tinha um menino de rua que aparentava ter aproximadamente 12 anos. Do lado dele estava uma mulher acompanhando o filho que aparentava ter uns 9 anos. De repente o menino de rua começou a brincar com o filho dela e os dois pareciam que se conheciam a tempos.
A mulher ficou muito brava e brigou com o menino de rua, afastando seu filho para trás dela. A criança dela limpa e bem arrumada brincava toda alegre, dando um contraste com o menino sujo e maltrapilho. A criança enquanto brincava com o menino de rua estava despreocupado e sem medo, não tinha preconceito.
E assim que nós adultos precisamos fazer, ter o coração de criança se quisermos entrar no Reino do Céu, ter um coração sem preconceito, sem julgar pelas aparências.
Logo convidei esse menino e outro a comerem os pasteis e a tomar os caldos de cana que eu tinha comprado para mim.
Eles pegaram e enquanto eu comprava mais fichas eles sumiram. Fiquei pensativo, mas por não os ver mais fui embora.
No meio do caminho deparei-me ao longe esses mesmos meninos tacando pedras e quebrando vidraças na rodoviária. Fiquei perplexo, alguém chamou a policia e ela veio correndo e pedindo para que eles parassem e colocassem as mãos na cabeça.
Os meninos de rua correram, e então se deu uma perseguição policial que eu acompanhei. O pior de tudo é que estava havendo outra perseguição a meninos de rua que tinham roubado algo.
Foi uma correria total, vi policiais detendo meninos por todos os lados, pobres meninos, sem lar, sem carinho, sem pão e pior sem alguém que se preocupe com eles, que os ame de verdade.
Senti-me incapaz de fazer algo naquela hora alem do que eu tinha feito, mas senti em meu intimo o afervoramento do antigo chamado que eu recebi na minha adolescência para trabalha com esses pobres meninos.
Devo gastar os restos de minhas forças para o bem desses meninos, mas não sozinho, junto com outras pessoas que me ajudarão nessa jornada tão difícil. Tenho que ser como um “pai” para eles, e quando agente tem filhos, só queremos o bem deles. Preocupamos-nos mais com o bem estar deles do que com o nosso. Pai não é só aquele biológico , mas aquele que educa, que dar pão, moradia, atenção e carinho. Um pai verdadeiro não abandona seus filhos como cachorros.
Muito desses meninos de rua aos olhos de seus familiares e da sociedade valem menos do que cães, pois muitas madames gastam rios de dinheiros com festa de aniversário para seus cães, em vez de usar um pouco desse dinheiro com obras sociais. Por isso que Jesus Cristo já alertava que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino do Céu, não todos mas boa parte só se preocupa com o que é superfulo.
Quem dera se nossos meninos de rua fossem adotados como fazem com os cães, pelo menos teriam alguém que se preocupassem com eles.

Fábio Rodrigues (http://www.fabiorodriguesales.blogspot.com/)

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