sábado, 24 de julho de 2010

Flecha da Ira...



Como fúria, vem avassaladora, cruel, cortante, imponente. Sem se preocupar com outrem ou outrora, com João, com Maria, com ninguém. Sua intenção mais obscura e sinuosa nos confunde qual aljava de pássaros. Qual é a sua intenção, seu destino, seu desejo? Devoradora assoberbada das fracas almas, almas pequenas, sem pretensão, sem paixão. Movidas apenas pelo hipócrita intuito de conduzir a vida como mera discrepância do decorrer dos dias. É assim que ela ganha força, a visceral Flecha da Ira alimenta-se desses sonhos frustrados, utópicos não por serem sensíveis, mas por serem miúdos, vazios e sem perseverança. Mas que sonhos? Onde estão os sonhos? Como sonhar se não há como nem repousar? Sonhos senhor? Não! Essa palavra não existe em meu vocabulário, pois meu dicionário teve suas páginas rasgadas por aqueles que não são capazes de nos olhos me olhar armados da indiferença. Julgar ser culpa imprópria daquele que escolheu “morrer” assim, arrancando a responsabilidade das próprias mãos, isso quando não acontece o pior, os assassinatos insangrentos da selva de pedra presentes nos extremos das Rosas onde seus ventos clamam por manter viva a terrível e soberba Flecha da Ira na cavidade social que insiste em se tornar crateras respaldadas pela indiferença humana!

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