quinta-feira, 15 de maio de 2014

Reflexões da estrada



Se houver um ponto de partida sempre haverá aonde chegar;
Quando a caminhada tornar-se dura e incapaz, haverá sempre alguns passos a palmilhar,
Quando a novidade não for mais parceira na caminhada haverá sempre uma nova descoberta,
Quando todas as sinfonias forem tocadas, ouça o som da beira da estrada,
Quando a solidão se aproximar, ouça a trilha sonora que te faz companhia,
Quando achares que não há mais nada a contemplar, observe a flor quase esmagada pelos seus pés; e se porventura a fé lhe faltar, haverá um sinal que lhe fará voltar.
Quando a visão do horizonte parecer-lhe finita, olhe para o céu e tudo compreenderás; o que para as mãos é privado ao toque o coração cumpre a sua missão.
Quando a gélida brisa lhe fizer tremer, sinta o toque suave dos raios solares.
Se as nossas criações são perfeitas, observemos o que nos foi dado.
Quando a vida lhe parecer anormal, escute o que ela tem a lhe dizer; Há mais palavras no silêncio do que em uma conversa desentoada.
Valorizemos momentos que consideramos insignificantes, pois o azul é mais azul quando entramos em sintonia com ele.
Se a minha vida é marcada por desgostos, é hora de dar mais importância as coisas boas que nos acontecem, a felicidade depende delas.
E se porventura nada mais lhe fizer sentido, volte pelo mesmo caminho, pise as mesmas pedras, veja, toque, sinta, viva a estrada da sua vida sem medo de ser feliz, pois a única coisa que faz sentido no jogo onde se ganha e perde, é a felicidade.

Um comentário:

  1. "Quando todas as sinfonias forem tocadas, ouça o som da beira da estrada..."
    Gente, que delicadeza poeta, sabe o que me deu vontade de fazer ao ler esse verso? Ficar quieta, abrir os ouvidos da mente, abrir as portas da percepção que no tumulto de sons e grunhidos do cotidiano permanecem fechadas... Me deu vontade de buscar uma quietude plena, ficar abrigada nos braços da estrada que cheia de terra e poesia, faz com que eu seja capaz de ouvir o palpitar do meu próprio coração! Aqui em Bsb, o mês de Maio faz um friozinho gostoso, e quando vc diz: "Quando a gélida brisa lhe fizer tremer, sinta o toque suave dos raios solares." e é realmente o que adoro fazer, deitar numa grama fria, se arrepiar e logo ser aquecida delicadamente pelos raios de sol... Acredito que a vida, assim como a estrada e a poesia são caminhos nunca estáticos, crus, mas são plenitude de movimentos, são lãs a serem tecidas pelo toque das nossas mãos. Lindeza de poema! Nem precisa dizer que adorei... Delicado, verdadeiro e profundo versejar seu, parabéns, homem feito de palavras!!!

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